quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Brasil a Sexta Economia Mundial...e daí?

Graças à crise dos países desenvolvidos, neste ano, o Produto Interno Bruto brasileiro medido em dólares deverá ultrapassar o do Reino Unido, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional e das consultorias EIU (Economist Intelligence Unit) e BMI (Business Monitor International). A estimativa mais recente, da EIU, prevê que o PIB do Brasil alcance US$ 2,44 trilhões, ante US$ 2,41 trilhões do PIB britânico. Com isso, o Brasil passará a ocupar a posição de sexta maior economia do mundo. Em 2010, ao deixar a Itália para trás, o país já havia alcançado o sétimo lugar.

Como a economia brasileira cresce em ritmo menor que a de outros emergentes asiáticos, em 2013, o país deverá perder a sexta posição para a Índia. Mas voltará a recuperá-la em 2014, ano da Copa do Mundo, ao ultrapassar a França, segundo a EIU. Até o fim da década, o PIB brasileiro se tornará maior do que o de qualquer país europeu, de acordo com projeções da EIU. Depois de passar Reino Unido e França, a economia brasileira deverá deixar a alemã para trás em 2020. A tendência de ascensão dos emergentes já era esperada por especialistas há anos, mas tem ganhado velocidade devido à crise global.

Tal notícia nos deixaria orgulhos, se confirmada as previsões, mas estamos crescendo pouco e os países da zona do Euro estão, ora com previsão de PIB zero, ora negativo. Mas a economia não é uma ciência exata e sim social, portanto, tais previsões podem ser influenciadas por inúmeros fatores e no Brasil a cada dia temos um fator novo a abalar a credibilidade dos poderes constituídos.

Mas o Brasil, apesar do aparente crescimento econômico, tem uma divida social enorme. Somos o 84º país em IDH O IDH ajustado à desigualdade faz um retrato mais real do desenvolvimento do país, ajustando às realidades de cada um deles. Com isso, o IDH tradicional passa a ser visto como um desenvolvimento potencial. Levando a desigualdade em conta, o Brasil perde, em 2011, 27,7% do seu IDH tradicional. O componente renda (dentre renda, expectativa de vida e educação) é que mais influi nesse percentual.

No índice de desigualdade de gênero, o Brasil fica em patamar intermediário quando comparado com os BRICS. O índice brasileiro é de 0,449. Rússia tem 0,338; China, 0,209; África do Sul, 0,490% e Índia, 0,617. Já o Índice de Pobreza Multidimensional é uma forma nova, mais ampla, de verificar quem vive com dificuldades. No lugar da referência do Banco Mundial, que considera que está abaixo da linha de pobreza quem ganha menos de US$ 1,15 por dia, o novo índice aponta privações em educação, saúde e padrão de vida.

Do que nos adianta sermos a 6ª economia mundial, sem não conseguimos diminuir o analfabetismo (p. ex. Na Argentina o analfabetismo foi erradicado no início do século XX), a evasão escolar, a falta de assistência primária em grande parte do nosso país, o acesso a esgotamento e outros fatores, que compõem o conceito de saúde da OMS e que está escrito na Lei 8080/90 - Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.Temos uma grande divida a pagar aos milhões de brasileiros, que não teem acesso ao que está prescrito em Lei.

Fonte de dados: Relatórios PNUD e BIRD
Imagem: Google imagem.

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